[Especial] Entrevista Hillsong United

Com a grande facilidade que temos no mundo atual de gravar e fazer registros musicais, a arte cristã ganhou novas proporções. São diversos grupos e cantores que se encaixam no recente perfil gospel de ser. Tal estilo musical, para a sociedade brasileira, por exemplo, parece extremamente sem relevância e não exerce a influência que poderia ser exercida se tivesse uma qualidade razoável.

Na contra-mão desse caminho (e inserido no mesmo contexto de facilidade de tecnologias e comunicação) o grupo Hillsong United tem se destacado como uma grande referência para a música cristã no mundo. Os australianos fazem um rock/pop muito bem tratado musicalmente e com letras de grande qualidade. Seus CD’s e DVD’s estão entre os mais vendidos e o grupo tem viajado o mundo divulgando sua visão e realizando projetos de apoio a povos carentes na África, por exemplo.

Uma dúvida que este blogueiro tinha era sobre o que o Hillsong United acredita como grupo e parte de uma igreja que tem alcançado grande proporções com seus CD’s. Joel Houston, líder do United, deu uma recente entrevista ao portal Christian Music Today e revela detalhes importantes e realmente gratificantes para os fãs: não são uma equipe preocupada em fazer grandes shows e mostrar que sabem tocar bem, mas, cristãos verdadeiros preocupados com o avanço do Reino através de ações sociais em todo o mundo.

Bruno Paes e Melina Rachel traduziram a entrevista na íntegra para os leitores do Diversità. Vale a pena ainda o comentário de Bruno: “A gente vive num mundo em que a gente aprende a fazer melhor as coisas que fazemos observando somente os erros dos outros e nunca as virtudes. O United é um exemplo de referência de grandes virtudes que podemos seguir e usar em nossa realidade”. Não custa lembrar: o grupo liderado por Houston, no fim deste mês fará três apresentações no Brasil.

LINHA DE FRENTE UNIDA
por Andree Farias, do site CMT

Considerando quão cheia a “cena” do louvor contemporâneo americano se tornou, seu grupo tem mantido uma crescente na popularidade. Como vocês chegaram a esse ponto?

Joel Houston: Consistência. Apenas “fazendo”. Nós até não nos vemos como uma banda tanto quanto como parte de um movimento – Eu acho que talvez até como o bocal pra isso. Tudo isso se inicia em casa, com nossa igreja, a comunidade local. Agora que nós viemos para os EUA e nos unimos com as pessoas aqui e ao redor da Terra (nós estamos descobrindo), que nós compartilhamos a mesma fé, a mesma paixão, o mesmo coração. O que nós estamos fazendo é fluir. Eu não acredito que seja algo que fazemos por 5 anos, e depois o United se torna dispensado. Idealmente é algo que continua, algo que a gente constrói no decorrer do tempo.

Seu impacto continua a ganhar impulso enquanto conversamos. Você acredita que um dia irá se tornar tão grande que vocês não saberão como lidar com isso?

Houston: Eu acredito que com certeza existem certas coisas que devemos pensar a respeito. Mas nossa esperança é manter o mais importante sendo o mais importante. E se o mais importante é criar musicas que pessoas possam cantar em igrejas e que jovens possam se conectar a Deus através delas, eu acho que está bom. Contanto que estejamos sempre mantendo o compromisso com o chamado que temos de servir a igreja e continuar sendo esta nossa base para o porquê do que fazemos. Nós podemos estar em turnê 365 dias por ano, mas nós não estamos, porque este não é nosso chamado. As gravadoras irão dizer para nós fazermos isso porque isso ajudará a vender mais álbuns. Mas no fim do dia, não é o que fazemos.

Então estar no topo das paradas não é a de vocês.

Houston: O desejo é alcançar o máximo de pessoas possível, então isso é provavelmente demonstrado quando mais pessoas compram os álbuns. Mas esse não é o negócio que estamos fazendo. O que estamos fazendo é alcançando o máximo de pessoas que podemos com a mensagem que temos.

Você mencionou seus fortes laços com a igreja local. Quem coloca as limitações em quanto de autonomia vocês têm em termos de turnês e compromissos externos?

Houston: É muito amável o quanto não queremos estar fora – nós não queremos perder muito. Nunca existem conflitos. Isso é realmente uma bênção da nossa liderança e pastores titulares, que tem a palavra final. Se tem alguma coisa que sentimos que será algo bom de fazer, nós dizemos “Nós vamos estar fora esses dias. Vai funcionar com o calendário da igreja?” Antes mesmo de checar, antes mesmo de perguntar, nós olhamos o que vai estar rolando na igreja: Quem está fora, que esta em casa. Então, todos trabalham juntos para resolver essas coisas.

Joel Houston (o primeiro à direita), líder do Hillsong United.

United levantou uma aprovação dos jovens, em parte devido à seus shows eufóricos ao vivo e momentos poderosos de adoração. Como você tem certeza que o aspecto do show de rock não obscureça o contexto de adoração?

Houston: Para nós, é sendo realmente você mesmo. A idéia é que o Espírito Santo faz o seu trabalho e, contanto que estejamos no lugar correto, as pessoas vêem isso. Muitas pessoas vêm aos nossos shows com críticas, mas saem com uma perspectiva diferente – ao longo da noite eles notam a diferença. Ocasionalmente, você irá encontrar uma audiência que você sente que a atenção dela está em tudo que acontece em cima do palco. Especialmente na América do Sul – é uma cultura bem intensa, mais do que nos EUA. Mas depois da quarta ou quinta música, nós dizemos “Ok galera, é por isto que estamos aqui”.

Muitas vezes o Espírito Santo faz esse trabalho para nós. Mas a chave é apenas ir para este lugar você mesmo. Às vezes as pessoas tentam colocar máscaras – tipo que eles querem parecer espirituais, ou seja lá o que for. Mas para nós é tipo: “Tire as máscaras. Deixe que as pessoas vejam-nos verdadeiramente adorando.” Porque sendo transparente, as pessoas podem ver Deus em nós. Essa é a nossa mentalidade.

Com tantos fãs que adoram o trabalho do United, existe em algum momento a tentação para você se tornar
o foco da adoração?

Houston: Sempre existe aquela tentação, com certeza. A natureza humana é egocêntrica. Você vê o tempo todo na indústria de música Cristã – as pessoas desviam o foco para si mesmas. É uma grande ferramenta do inimigo. Mas nós temos uma incrível rede de suporte. Nós somos todos muito honestos um com o outro. Eu acho que o que é muito bom para nós é que a força de quão grande isso tem se tornado, é tão maior que qualquer um de nós individualmente. Contanto que as pessoas tragam o que elas têm – a soma das suas partes multiplicada pela Graça de Deus – então é uma oportunidade verdadeiramente nobre.

O seu chamado é escrever músicas que a igreja possa cantar. Mas o novo álbum All of the above é mais focado em missões do que congregacional, em estilo de escrita. Por quê?

Houston: A minha revelação de adoração aponta para fora. Se nós somos uma verdadeira banda de adoração, eu sinto que nós devemos comunicar ambos: precisamos escrever músicas que glorifiquem a Deus liricamente, mas também escrever músicas que glorifiquem a Deus na maneira que vivemos nossas vidas. As pessoas falam dessa revolução de adoração que ocorreu nos últimos dez anos que era focada apenas em adorar a Deus em música. Saindo deste período, eu acho que o testemunho é que nós seremos julgados em como a igreja viveu em relação a se tornar as mãos e os pés de Jesus e ajudando os necessitados. Essa é uma revelação que tem sido muito forte para a nossa igreja. O que nós fazemos na música é um reflexo do que vivemos em casa.

Houston demonstrando uma das “grandes iniciativas” do United durante uma viagem missionária a um orfanato em Ruanda.

Fale sobre o “I Heart Revolution”.

Houston:
É tudo sobre criar um retrato global de cultura e pessoas vivendo vidas verdadeiras – circunstâncias diferentes, raízes diferentes, mesmo assim vivendo para o mesmo Deus, para a mesma causa. A idéia toda é motivar a igreja local em relação a o que eu estava falando agora a pouco: amar a Deus na música e com as nossas vidas, mas também viver isso de uma maneira que atinja e contagie a nossa comunidade. O conceito inteiro é: se jovens da Austrália se estimularem em relação à adoração e a atingir a sua comunidade, e se jovens da América do Sul fizerem o mesmo, se isso acontecer por todos os lugares, então a igreja ao redor do mundo, junta, poderá buscar iniciativas maiores.

Que tipo de iniciativas maiores?

Houston: A mensagem toda é, na verdade, sobre virar as costas para o individualismo e não viver vidas focadas somente nelas mesmas. Nós vemos como isso é relevante para qualquer contexto e qualquer cultura. Como adoração e justiça se relaciona a jovens na América do Sul, ou como adoração e justiça se relaciona a jovens aqui nos Estados Unidos. O aspecto do movimento de juntar recursos para igrejas locais e jovens para fazer coisas que são muito simples, e ao mesmo tempo grandes. Em resumo, é ajudar pessoas que precisam ser ajudadas – foco local, impacto global.

A cultura adolescente, em geral, é muito materialista e individualista. Como fazer a geração IPod adorar por ações de serviço?

Houston: Eu acho que esse é o maior desafio para a nossa geração. Minha revelação de adoração é “Amar a Deus, amar as pessoas”. Isso é doar de si mesmo, ser obediente, sacrifício. Esse é exatamente o oposto do individualismo, o oposto de desviar o foco para si mesmo. A ferramenta número um do inimigo é criar uma igreja de Cristãos que é feliz, complacente e contente. “Ótimo serviço, eu me diverti muito, eu adorei a música.” Isso é ser Cristão para muitas pessoas.

Tudo na nossa cultura é focada para o indivíduo. Tudo aponta para você. Digamos, hipoteticamente, que eu quisesse seguir carreira solo. Isso iria se opor diretamente com o que eu penso que Deus realmente quer que eu faça. Não me entenda errado. Não estou dizendo que o chamado de alguns não seja seguir carreira solo, e todos lutam entre seu chamado e seus sonhos. Eu mesmo lido com isso todos os dias, e combato. Mas se os jovens tivessem que entender que a nossa caminhada da fé é uma decisão diária para fazer esses sacrifícios – se nós entendêssemos isso e vivêssemos isso, então a igreja seria o que ela verdadeiramente foi chamada para ser.

Ricardo Oliveira
traduzido por: Bruno Paes e Melina Rachel
Fotos: Hillsong United Brasil

[VEJA MAIS VÍDEOS DO HILLSONG UNITED CLICANDO AQUI]

11 Replies to “[Especial] Entrevista Hillsong United”

  1. eu nem conheço taaanto o united como muitos dos meu amigos, mas foi bom ter lido essa entrevista.
    li partes é bem verdade, a visão de ajudar quem precisa de ajuda parece até óbvio, mas é bem o que o mundo tem precisado mesmo.
    despertar o próximo com a música é pra mim algo fascinante, é a possibilidade de falar pra um coração através da arte e a arte é talvez das coisas mais belas que existem, é aquilo que dá um sopro na gente.
    bom saber que tem gente fazendo arte nesse sentido.
    ;)

  2. Poxa..como são as coisas hehe..meu proximo post seria justamente comentar essa entrevista, vi seu link lá na comu do United! Já favoritei!

    Vamos manter contato..grande abraço!

  3. Sem palavras… para o que o Senhor Deus tem feito no mundo inteiro, levantando corações dispostos a serví-lo e a contar para todos sobre Seu amor infinito!

  4. Confesso que sou um adimirador (a palavra fã, muito usada pelos americanos, me remete a idolatria)do United tenho todos os cds recentes (desde o more than life)
    já ouvi todos os cds desde everyday ao best fried, e já comprei o ingresso(40,00). Porém algumas questoes me incomodam vcs sabiam que a Hillsong lucrou + de 56 milhoe$ e so investiu 1 milhao em missoes ano passado. Me parece muito bonito a fala do Joel e realmente sonho com isso, mas só com o dinheiro dos shows que fazem poderia construir mais 3 igrejas como a minha ou ajudar todas as familias carentes do meu bairro … é pra pensar… mas cadaum faz o que pode e o q quer. ?????????

  5. Olá!
    Conheço um pouco o trabalho que a igreja Hillsong faz, e já ouvi muito comentários sobre o quanto eles lucram e tals…
    Eu imagino que uma igreja com mais de 15 mil membros tenha um custo de manutenção absurdamente alto… todo acaba sendo “multiplicado” por muito… 15 mil membros é mta coisa… mesmo que só 50% deles sejam dizimistas, ofertantes… ainda sim é mto dinheiro… mas para manter uma igreja tão grande acho que boa parte acada indo p/ suprimentos, equipamentos, conservação e limpeza…

    No You tube tem uma série de vídeos com as metas deles, que inclui a construção de uma enorme igreja no centro de Sydney (uma obra gigantesca)… outra parte do dinheiro indo…

    Não me considero apta a julgar se eles estão certos ou errados, só sei que sou mto abençoada pelas canções e projetos sociais inspiradores realizados por eles!
    E peço a Deus que eles tenham sempre sabedoria para investir de forma correta.

    Grande abraço e fiquem na paz!
    Georgia

  6. Olá Everson! Tudo na paz? Assim como você, também gosto muito do Hillsong United, inclusive três integrantes, estão adicionados em meu Myspace. Realmente sua entrevista é muito legal, assim podemos saber mais sobre este grupo abençoado. Infelizmente existe pessoas que não conhecem a Jesus em muitos lugares, e eu fico feliz por terem pessoas como eles que levam a Palavra de e não recuam. Acho que devemos fazer como eles, se podemos viajar, louvar em outros lugares, que nós façamos aqui mesmo. Não acha?
    Tchau qurido e obrigada pelo espeço!

  7. kkk…
    Olá Ricardo!!!
    Desculpa a confusão tá! É que eu fiquei tão feliz com a entrevista que acabei trocando os nomes. Mas feliz ainda por você ter visitado o meu Blog. Quando quiser fazer um comentário, uma crítica pode fazer tá, estou aberta a sugestões, e vindo de você serão sempre bem recebidas!
    Abraços querido e fica na Paz OK!

  8. gostaria de dizer que vocês são uma benção espero que o espírito santo continue a usar a vida de vocês.Gosto muito do som da banda,posso dizer que Deus fala grandemente comigo todas as vezes. DEUS ABENÇOE!!!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *