Existe esperança para boa música?


Sempre sou esperançoso a respeito das artes que me atraem de modo geral. Sempre tenho esperanças que a música cristã pode melhorar. Graças a alguns poucos expoentes (aqueles que vendem apenas algumas mil cópias dos seus CD’s) eu tenho fé de que as coisas podem melhorar. E pra quem me conhece, me agradar com arte não é lá muito fácil. Piro com um rock inglês do bom, MPB das antigas ou a contemporânea (os outsiders ou quase-outsiders) e mais um pouco de música estranha.

Porém, sempre corro atrás no meio cristão dos que pensam assim. E no final das contas, existe a gênesi de uma cena indie interessante no Brasil. Ela está um tanto mesclada pelos propósitos: alguns fazem letras elaboradas pra se cantar em comunidades ou pra ouvir em casa mesmo, como Lucas Souza e Heloísa Rosa. E gosto deles, sim. Lucas Souza pra mim é referência de boa música. E música sem frescura ou muitos clichês. Ele deixa muito claro as suas influências (inclusive em seu orkut): U2 e Coldplay. Apesar de gostar dos dois, prefiro muito mais o primeiro. Por sinal, escuto seu CD de 18 singles agora mesmo.

Heloísa Rosa lançou seu novo CD no ano passado. Em Andando na luz a moça conseguiu inovar um pouco no instrumental (a primeira faixa tem uma pegada de rock dançante e tanto) e parece estar mais solta nas letras apesar de ainda ter como tema recorrente a questão de viver nas luz ou nas trevas, a questão do pecado. E, claro, faz letras mais congregacionais, com uma espiritualidade direta.

Já Lucas Souza, com seu “Caminho de Revolução”, é uma espécie de meio termo: letras claramente espirituais, porém, com um cuidado maior para metáforas e símbolos que nos fazem pensar e sonhar mais. Isso era mais evidente no primeiro CD, com refrões bem fora do padrão religioso como “Ando pra trás quando não te vejo…”. No último disco, Lucas investiu menos nesse tipo de letra e trabalhou mais com o estilo citado anteriormente sobre o CD da Heloisa. Nem por isso, perdeu a qualidade instrumental ou o impacto de seus trabalhos. A versão de Feitor da História (History Maker, do grupo Delirious?) abala as estruturas de qualquer um.

Entretanto, um fenômeno tem surgido na música cristã do país: cansamos…cansamos das repetições e do excesso de letras curtas com poucas metáforas muitas expressões shekinosas ou kadoshantes (obrigado pelas novas palavras, Pr. Livingsthon).

E já que é necessário um tempo de descanso e reflexão para se trazer novas letras, todos voltaram ao antigo: muitos estão regravando grandes hinos do novo cântico e harpa cristã. Alvo mais que a neve, um dos mais belos, foi gravado recentemente em diversos CD’s. A melhor versão, com certeza, fica por conta da Heloísa Rosa naquele que talvez seja um dos primeiros CD’s a lançar a tendência, Unção que une (CD à parte em seu trabalho, gravado em parceria com outro ministério).


Lucas Souza então, motivado como os outros, traz como notícia em seu blog, a gravação de um EP justamente com 06 hinos clássicos e uma composição nova. Não divulgou quais hinos. Porém, como questionar a qualidade das letras das belas poesias cristãs dos séculos passados? O EP (disco que contém mais de 04 e menos de 08 faixas) se chama Doxologia e será gravado no próximo dia 01 de julho.

Se tivesse como comprar antecipadamente, já teria comprado. Lucas Souza, visando diminuir a pirataria dos seus trabalhos, lançará o trabalho pelo preço maravilhoso de R$ 5,00.

Queria eu estar em Vitória, no Espírito Santo…

Ricardo Oliveira

One Reply to “Existe esperança para boa música?”

  1. eu já ouvi falar bastante do Lucas Souza, mas nunca ouvi acredita?
    não vou mentir que por um pouco de cansaço dessas expressões shekinosas que você fala aí, ando meio preconceituosa com as músicas, mas já tenho quebrado isso de forma positiva.
    então vou ouvir JÁ
    e sobre essa galera que tem aberto a cabeça, só posso manifesta minha enorme felicidade, porque o Reino afinal, agradece
    ;)

    ;**

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