A escravidão do crítico de cinema

superhomem-crianca

Em mais um excelente vídeo-ensaio da Fandor, a reflexão sobre a dor de todo aquele que aprecia analisar filmes. Traduzi (livre e despretensiosamente) a primeira e emocionante parte:

Homem de Aço, um dos piores blockbusters de 2013 tem um momento que talvez explique o porquê de eu fazer videos-ensaio. Como uma criança, Clark Kent está assustado com o fato de que ele tem visão de raio-x. E perceba como os efeitos especiais mostram esta super visão. Sobreposição de imagens, borrando e deslocando, fazendo seu ambiente algo alienígina e assutador. Quando ele olha para os outros, ele vê o interior. Em outras palavras, ele vê demais. E ver demais parece opressivo, desumano e aterrorizante. Posteriormente, o pequeno Clark Kent aprende a dominar seus super poderes, ainda que o filme não saiba exatamente o que fazer com eles. Eu gosto de pensar a análise cinematográfica como uma visão de raio-x. Um caminho para ver os filmes por dentro e entender como eles funcionam. Eu costumava pensar que ter esse poder iria me fazer aproveitar melhor os filmes. Mas, ao contrário, me fez perceber o quanto que assisti-los é ser escravo deles. Há um tipo de contrato perverso entre a maioria dos filmes mais populares. Eles te demandam obediência e submissão para que você possa aproveita-los. Esta obediência e submissão é algo que eu luto com muita força para tolerar.

Assista ao vídeo:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *