Sumi

E agora voltei.

Terça-feira, acordo às 7h e tento enxergar o céu pela cortina azul. Se a manhã não for daquelas bem ensolaradas, dificilmente o dia não estará “nublado” pela posição que o enxergo no primeiro olhar. A cama fica colada na parede da janela e às vezes a tal olhada é o suficiente para desistir de qualquer atividade antes das 10h. A memória começa a funcionar a mil e lá vem a lembrança de que a disciplina da faculdade das terças e quintas “ainda não existe”. O professor aparece em novembro, verifica que sua sala foi ocupada por algum outro sem-teto do mundo acadâmico federal e desiste em poucas tentativas. Adios, vosotros. E nós ficamos aqui, na expectativa de que algo aconteça. E nada.

Desiste-se então de sair da cama e o máximo que você faz é levantar para desligar o despertador do celular – Chris Rice cantando não conseguiu convencer aquela velha preguiça matinal. Às 10h eu levanto de vez e depois dos permenores, vou ao computador. Fato é que em poucos minutos, sem mais nem menos, o bendito desliga. Tantas vezes eu tenho a impressão de que eles têm vida e se rebelam como qualquer um. O cheiro de queimado subiu suavemente e, na tentativa de re-ligá-lo fica claro que a fonte já era.

Tento me adaptar a idéia dolorosa de um dia ou dois sem PC. A coisa toda já faz parte do seu cotidiano de trabalho, diversão, conhecimento, inutilidades, trabalho, diversão e tudo mais que não consigo pensar. É relação afetiva sim, mesmo que não se queira admitir isso tão facilmente. Afinal, ainda falamos de uma máquina.

O primeiro refúgio, claro, é correr ao cinema. Fui ver Eu Sou A Lenda. Até a primeira hora o filme parece muito bom. E isso é tudo que tenho a dizer por enquanto: confundi horários da auto-escola e tive de sair justamente no segundo ato do filme. Dar umas murmuradas já era natural que nem respirar e eu me consertaria com Ele só depois de fazer balisa, garagem, meia-embreagem e isso de novo umas 3 ou 4 vezes.

Só no outro dia o PC foi ao conserto. Quando uma fonte queima, se você mesmo não resolver o problema, há tensão no ar. Vem à sua memória as péssimas impressões de que existem muitas chances de você perder alguns dos seus dados mais importantes – obviamente, se você aproveitar o “encejo” para dar uma geral na parte software. E pra quem usa computador por 8 ou 10 horas por dia, não pense que eu estou falando dos .docs da empresa ou de alguns .cdr’s. Eu falo de perder sua pasta de fontes ou a lista de favoritos que você acumulou no Firefox durante mais de 3 anos de uso sem precisar formatar tudo.

Dito e feito. Eu sempre lembro de avisar tudo para o técnico. Menos sobre isso. Afinal, se eu estivesse pronto para as surpresas que a máquina me proporcionou, teria me preparado. Mas foi a fonte que pegou desprevinido e fez de mim esse trapo que agora digita tudo isso. Ok, eu sou um chorão.

– Agora você começa tudo outra vez, Ricardo! Renove suas pastas, inclua novos sites, descubra outros esquecidos. Atualize os codecs, packs, programas e etc. Não há tanto motivo para lamento: você não perdeu todos seus mp3’s ou algo assim.

– Obrigado, consciência. Você é um amor.

Agradecimentos: a todos que passaram por aqui e deram parabéns ao blog. Graças a essa e a semana anterior que foram desajeitadas, as coisas andam meio morgadas e ultrapassadas por aqui. E já que é pra mudar tudo mesmo, aguardem.

Abraço’s,

Ricardo Oliveira

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