Pelo fim do plástico e de sua plasticidade!

As flores de plástico não morrem, mas não têm o cheiro das reais.
É melhor contemplar a morte de uma flor e experimentar a perda do seu cheiro, do que perceber a inércia atemporal das flores de plástico.

Não gosto de fotografias! É uma mentira afirmar que elas eternizam momentos. Os momentos são eternizados pelas lembranças dos que experimentaram. Tenho em minha lembrança momentos eternizados, consigo lembrar o cheiro do ambiente, o gosto de tudo. Se não tem cheiro, não tem gosto, não tem forma, não é real! Parece de plástico.

Me afirmaram que os beijos são todos iguais. Não acredito nisso! Você já beijou alguém que você queria muito, mas muito mesmo beijar? Se nunca, lamento, mas você nunca beijou. Já beijei alguém que não tinha vontade de beijar, prometi a mim mesmo que nunca faria de novo, fiquei com gosto de plástico na boca.

Você quer saber minha opinião sobre as plásticas? Sou contra! Sou a favor de recuperar o que a vida estragou, mas sou contra a pretensão de tentar melhorar o que Deus perfeitamente criou. Não é divino, é plástico.
Vou criar uma tese que prove que se a falsidade pudesse ser materializada, seria feita de plástico. Sempre que sou falso me sinto barato e sem gosto, como plástico.

Porque os Kamikases usavam capacete? Penso que pela mesma razão que impedimos nosso coração de amar alguém. (“)Plastificamos(”) aquilo que de um jeito ou de outro vai acabar se despedaçando.

Sem empirismo, vou arriscar sobre sexo. Me disseram que sexo com camisinha é como chupar a bala enrolada no plástico. Deve ser ruim mesmo, ainda mais se o beijo tiver gosto de plástico também. O que torna verdade, que milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, não consiguiriam diferenciar entre o sexo com uma boneca inflável e com alguém com gosto de plástico.

Os fabricantes de plástico que me perdoem, mas não gosto da sua durabilidade, tudo que é breve é mais valioso. Odeio seu gosto, prefiro sentir o azedo e o amargo nos outros. Não suporto sua inodoridade, não fede e não cheira. Tenho aversão a sua frieza, demonstra seu estado morto.

Vou simplesmente fazer minhas as palavras do poeta Lenine:

“Eu quero tudo que dá e passa
Quero tudo que se despe
Se despede e despedaça.”

Quero viver a vida sem plastificações, apenas vida! sofrida, serena, alegre, teimosa vida.

Pedro

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